quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Deus também se cansa

Ao longo de milhares de anos, ainda antes da civilização tal qual a conhecemos existir, que ecoa o meu nome nas consequências, nas causas, nos fins. Escrevem em meu nome, crescem em meu nome, e por mim matam. Erguem-se edifícios de todos os tamanhos e formas, onde o meu chamamento é feito sobre diferentes línguas, sobre diferente nomes. Se antes um homem de ascendência real era a extensão do meu braço, agora é a própria motivação ao poder o meu sopro. Pessoas foram mortas sobre o meu credo. Estou farto. São todos uma cambada de meninas com o pito aos saltos. Criei-vos, concedi-vos a mortalidade para que vivessem na intensidade do momento, dei-vos água e vinho para beber, pão e carne para comerem, liberdade de escolha, o bem e o mal para que houvesse a luta pelo equilíbrio dando-vos portanto um propósito. Um pequeno parêntesis sobre o bem e o mal:

 

a minha primeira criação tinha apenas o bem, emergindo uma espécie de pessoas cheias de luz que cantavam e riam-se muito, e faziam muitas festinhas queridas, e nunca se peidavam em público, e só faziam o amor, os homens conviviam em harmonia com as mulheres, e só dançavam, davam cambalhotas na areia e nos jardins de flores, e davam beijinhos e era proíbido falar de cócó porque era sujo. Era tudo muito bonito e querido até que um dia um conjunto de cientistas criaram uma vaquinha que voava, porque toda a gente achava as vaquinhas muito fofinhas e todos queriam ter uma, sendo que a dada altura afogaram-se todos em merda, num acontecimento que chamaram a praga da vacas voadoras com diarreia.

 

Já na segunda criação, apenas com o mal, as pessoas cagavam em público, davam xutos nos toxicodependentes, Elton John, as mulheres dominavam as relações, a carícia era feita apenas na arte da manipulação,  fazia-se sexo a toda a hora, os anões eram animais de estimação, two girls one cup, cuspiam nas pessoas inteligentes, fazia-se sexo a toda a hora, os únicos tabus eram os que se davam no rabinho das fêmeas, as crianças esmagavam gatinhos bébés a ver quem atirava o olho mais longe, fazia-se sexo a toda a hora, atropelavam-se coelhinhos fofinhos e tiravam-se fotografias, apedrejavam os cantores  Miguel e André, até que um dia morreram todos de sida, porque um filho da puta de um panasca decidiu fazer sexo com um macaco.

 

Vai daí, decidi colocar as forças do bem e do mal no cosmos, para encontrar um certo equilíbrio. E eu é que sou o burro? Eu é que sou o burro? Dei-vos tudo e o culpado sou eu? Estou farto. Apartir deste momento dedicarei o meu tempo para vos foder a todos. Um por um. Bem podem fugir, mas não se podem esconder. Dedicarei o meu tempo neste blog a crucificar as vossas decisões (como fizeram com aquele pobre coitado que tinha disturbios mentais e vestia uma tanguinha de pano branco). A vitória será minha. 

Sem comentários: